Este artigo discute a ocupação do Oeste Paulista e a consolidação de um patrimônio urbano, ferroviário e industrial. A formação dos núcleos urbanos nesta região ocorreu, sobretudo, devido ao desenvolvimento e expansão do sistema ferroviário o qual, por sua vez, acompanhou a produção de café; possibilitando também o início do processo de industrialização no interior paulista. A industrialização do interior teve como base as indústrias de beneficiamento de matérias-primas, principalmente café e algodão, beneficiados para exportação como também de produtos pecuários para provimento da capital São Paulo. A Companhia Estrada de Ferro Sorocabana, criada em 1870, foi responsável pelo escoamento da produção agropecuária, constituir uma rede de cidades e, sobretudo, formar cidades. Presidente Prudente foi uma das cidades que nasceu em função dos trilhos da Sorocabana possuindo ao longo do seu percurso: a estação e vilas ferroviárias, galpões industriais e indústrias, configurando uma paisagem urbana que permanece com elementos edificados e marcantes na conformação atual do território. Os complexos industriais, públicos e privados, ocupavam áreas significativas e se destacavam pelas construções diferenciadas de galpões e torres. Algumas destas edificações são consideradas patrimônios industriais, porém, quais devem ser preservados, como e quais as políticas públicas que podem dar elementos para pensar as novas utilizações para estas áreas são as discussões e contribuições que este artigo pretende a partir do estudo de caso das indústrias Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro – SANBRA e Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo em Presidente Prudente. Este trabalho é fruto de discussões no âmbito do Grupo de Pesquisa Projeto, Arquitetura e Cidade do Curso de Arquitetura e Urbanismo da FCT/Unesp de Presidente Prudente, que vem pesquisando sobre o patrimônio arquitetônico e urbanístico das cidades do interior paulista.