Última alteração: 2017-11-14
Resumo
O Agente Comunitário de Saúde (ACS) é um profissional que atua na Atenção Primária à Saúde, sendo uma ponte entre a comunidade externa e os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Compreende-se que as exigências de promover saúde e previnir doenças, função central dos ACS, expõem essa categoria profissional à situações de sofrimento, mas também de prazer, visto sua complexidade e formas de atuação. Diante desse cenário, buscou-se na presente pesquisa de natureza qualitativa, circunstanciar quais atividades laborais são geradoras de prazer e de sofrimento para os ACS, compreendendo à luz da Psicodinâmica do Trabalho, que o trabalho, enquanto fator central da constituição subjetiva humana, contribui significativamente para o processo saúde-doença. A partir das entrevistas semi-estruturadas com cinco ACS de duas Unidades Básicas de Saúde do município de Maringá-PR, e da observação participante do cotidiano desses Agentes, verificou-se que a dinâmica do reconhecimento, a complexidade do trabalho entre o real e o prescrito, os modos de mediação do sofrimento e a saúde do trabalhador de saúde são fatores, aqui tratadas como temas, que atravessam o trabalho dos ACS e possibilitam vivências de prazer e sofrimento na atividade laboral. Espera-se com essa pesquisa suscitar o desenvolvimento de outras, para aprimorar os cuidados em saúde da população e dos próprios trabalhadores da saúde na Atenção Primária.