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Bullying: algumas considerações em relação aos gêneros
Francis Keila Fernanda Nanci Grillo, Lizia Helena Nagel

Última alteração: 2012-07-24

Resumo


As agressões entre crianças e adolescentes nas escolas sempre foi preocupação de pais e de professores, porém, somente em 1982, quando três crianças se suicidaram e a investigação realizada apontou a causa provável do suicídio - maus-tratos sofridos na escola – essa problemática começou a interessar um público maior. Os estudos a respeito do bullying iniciaram-se de uma maneira mais especifica pelo professor Dan Olwes, que teve a iniciativa de investigar, no ambiente escolar, os problemas relativos à violência. No Brasil, as pesquisas sobre violência escolar abrangem formas mais amplas do problema, não se detendo, particularmente sobre as características do bullying, ou como ele se apresenta nas escolas. Isso talvez, porque ainda se encontre disseminada a idéia de que o bullying faz, naturalmente, parte da vida escolar e que todas as crianças e os adolescentes deveriam passar por esse “ritual” para tornarem-se mais fortes frente às situações difíceis.  O presente trabalho procurou na literatura enriquecer e ampliar o conhecimento sobre o bullying entre as meninas. Em bibliografia variada, buscou-se conhecer os indicadores do bullying realizado pelo gênero feminino. 
Lembra-se, aqui, que o bullying praticado pelas meninas converte-se em um tipo de violência com características particulares, sendo realizado a partir de intimidações repetitivas, principalmente por imprecações verbais, por ameaças psicológicas, por atos variados de exclusão. 

No bullying, as vitimas são ridicularizadas, assediadas, socialmente rejeitadas, ameaçadas, caluniadas e atacadas. Isso pode ocorrer tanto pelo modo direto (sob forma verbal, física e/ou psicológica) como pelo modo indireto (também encaminhado pelos meios eletrônicos, internet, facebook, orkut). Segundo Lisboa et, al. (2002), os meninos são mais agressivos que as meninas e envolvem-se com maior freqüência em conflitos diretos que utilizam força física. As meninas apresentam uma tendência a manifestar indiretamente a agressão, expressando sua hostilidade verbalmente.  Reconhecendo-se a diferença entre os tipos de bullying, a diferença entre atos dos bullies quando perpetrados pelo gênero masculino ou pelo gênero feminino, torna-se mais importante investir em pesquisas e estudos exploratórios sobre essa questão.  Determinados tipos de perseguição não são fáceis de observar e/ou de provar. Em muitos casos, a vitima não tem como provar que está sendo perseguida, o que torna mais difícil a superação desse problema.

Considerando que a prevenção da violência não pode ser encaminhada caso não sejam conhecidos os tipos de bullying que se apresentam nas escolas, torna-se importante investigar o comportamento das meninas no cotidiano das nossas instituições. Certos da dificuldade da tarefa, pretende-se aprofundar, futuramente, por entrevistas, por questionários específicos, os comportamentos violentos praticados pelo gênero feminino que não são visíveis de imediato aos olhos dos educadores, dos pais ou dos professores.

 

 


Palavras-chave


Bullying; Gêneros; Violência

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