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A inserção da clínica de orientação psicanalítica em um Ambulatório de Psiquiatria: desafios no atendimento de uma paciente histérica
Karen Pereira Bisconcini, Katya Cristina Gasparelo, Claudia Maria de Sousa Palma, Bruna Maria de Souza, Marana Tamie Uehara de Souza

Última alteração: 2012-07-16

Resumo


O presente trabalho objetiva promover uma discussão teórico-prática acerca da clínica psicanalítica da histeria na saúde pública, de forma a trazer em questão recortes clínicos de um caso atendido no Ambulatório de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Londrina (UEL). A partir da discussão de tal caso, espera-se contribuir à problematização que esse contexto muldisciplinar convida aos profissionais e à clínica propriamente. Tal proposta perpassa, portanto, a reflexão acerca dos desafios impostos à nossa inserção nesse contexto, considerando a inovação e o caráter recente dos atendimentos pautados pela psicanálise no referido ambulatório. A fim de contextualizar nossa prática, é válido ressaltar que este trabalho tem sido desenvolvido no local em questão por meio de um projeto de extensão intitulado “Contribuição da intervenção psíquica a pacientes adultos atendidos pelo ambulatório de psiquiatria do Hospital das Clínicas do curso de medicina da Universidade Estadual de Londrina”. Os encaminhamentos à clínica de orientação psicanalítica são realizados pelos psiquiatras e residentes em psiquiatria do referido ambulatório, a partir da detecção de uma “necessidade de conversar” do paciente. Os atendimentos são individuais e conduzidos semanalmente pelas estagiárias de psicologia da UEL inscritas no projeto, que recebem supervisão da docente responsável pelo mesmo. Com essa experiência, tem-se notado certo desconhecimento da prática analítica por parte dos médicos do Ambulatório de Psiquiatria do HC (e em muitos outros), os quais não possuem clareza quanto à especificidade da escuta analítica e que encaminham, preponderantemente, quando não dão conta do discurso do sujeito, tido como excessivo. Ademais, considera-se que a prática psicanalítica inserida na modalidade de atendimento ambulatorial, articulada ao Serviço de Psiquiatria, constitui-se em um desafio. Trata-se aqui de um trabalho clínico pioneiro naquele hospital, o qual tem sido capaz de promover a articulação da teoria psicanalítica à formação das estagiárias envolvidas e a possibilidade de se ofertar um tratamento psíquico nesse espaço público que se dedica à saúde mental. Sendo assim, apenas na prática cotidiana, vivenciando e problematizando as experiências apresentadas a partir do referencial psicanalítico, tal como o caso que será aqui discutido, é que podemos, pelo menos, dar notícia do que se trata e como trata a psicanálise, legitimando a nossa prática no contexto hospitalar considerado.

Eixo temático: Psicologia, Saúde e Processos Clínicos.

Palavras-chave


Clínica psicanalítica; Tratamento psicanalítico da histeria; Psicanálise e saúde pública

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