O modelo de ciência moderna tem sido alvo de severas críticas. Muitas delas têm sido feitas pelo epistemólogo Edgar Morin. Com o conceito de ecologia da ação, Morin questiona a pretensão do modelo científico moderno de alcançar controle e predição absolutos da natureza e da sociedade. A filosofia do Comportamentalismo Radical também apresenta aspectos inconsistentes com o modelo de ciência moderna. Não obstante, a ciência da Análise do Comportamento ainda defende como um dos seus principais objetivos a predição e o controle do comportamento humano. Tais pretensões ganham maior escopo e magnitude com a noção de planejamento cultural, por meio do qual o analista do comportamento poderia auxiliar na resolução de problemas humanos de amplo espectro. Isso remete ao objetivo deste trabalho, que é o de examinar se a noção de planejamento cultural de B. F. Skinner pode ser consistente com a noção de ecologia da ação de Edgar Morin. Enfim, será que as críticas skinnerianas ao modelo de ciência moderna encontram guarida na noção de planejamento cultural? Eis a questão que esteve no horizonte deste trabalho.