O presente resumo visa apresentar a pesquisa de mestrado atualmente intitulada “Efeitos terapêuticos em oficinas de geração de renda na saúde mental”. Ela versa sobre a experiência do NOT- Núcleo de Oficinas e Trabalho do Serviço de Saúde Cândido Ferreira, entidade filantrópica de Campinas-SP financiada pelo Sistema único de Saúde- SUS. O NOT é constituído por 17 oficinas e atende cerca de 300 usuários que se necessariamente tratam em equipamentos da saúde mental pública ou privada. Na perspectiva recente do processo da Reforma Psiquiátrica brasileira, as oficinas são pactuadas como um dos recursos do tratamento. Porém, a modalidade oficina de trabalho difere das demais por ter como um dos objetivos a geração de renda. Enquanto profissionais, temos que fazer a gestão do grupo com inspirações no modo cooperativista e da Economia Solidária. Isto se soma à prerrogativa de estarmos disponíveis para situações onde se fazem necessárias intervenções com fins terapêuticos. Estamos no desafio de uma corda-bamba entre a clínica e a geração de renda, pois devemos estar atentos para que a questão financeira das oficinas não se sobreponha à escuta, acolhimento, vínculo, produção de elaboração e todas as necessidades conectadas ao tratamento. Há ainda um cuidado constante de não criar no serviço ferramentas que banalizem o ato do trabalho. Lidamos com grupos constituídos de oficineiros que apresentam demandas múltiplas, mas o que parece ser uma insígnia comum é também ou somente o desejo de serem correspondidos em suas necessidades de tratamento. Eles tergiversam e aludem a temáticas variadas, mas sempre acabam concordando entre si que, por um motivo ou outro, ou mesmo inexplicavelmente, estarem lá traz benefícios que vão além dos visíveis. Sabem que é o invisível que cada um traz a própria medida de seu desejo. Na confecção dos produtos/serviços produzem-se mais do que bens, porque ali estão sujeitos que se encontram para se comporem e produzirem mais saúde.