Última alteração: 2012-07-13
Resumo
A estrutura familiar tem sofrido alterações ao longo da história. Isso significa que esta é tecida em contextos históricos e sociais distintos. Ao observá-la historicamente é possível encontrar família parental no século XVII, família nuclear burguesa, emergente no século XIX e atualmente outras configurações de família, mais adaptativas e flexíveis às condições sociais. Assim este projeto de pesquisa tem por objetivo caracterizar as novas estruturações familiares vigentes na pós-modernidade, através de uma revisão bibliográfica qualitativa das publicações sobre família do ano de 2006 até 2010. Foram analisados 125 artigos, sendo 8 artigos do ano de 2006, 17 do ano de 2007, 25 do ano de 2008, 25 do ano de 2009 e 42 do ano de 2010. Os resultados permitiram identificar as configurações familiares mais frequentes nos estudos desse período tais como: família nuclear, monoparental, extensa, plural, com pais homossexuais, adotivas e famílias que optam por não terem filhos. Com a análise foi possível inferir que a família e sua configuração vem se transformando com o decorrer da história e muito provavelmente as condições sociais e econômica continuarão a interferir diretamente na emergência de novas estruturações familiares. Os fatores sociais que se apresentaram como os de maior influência para as transformações familiares são: liberdade de escolha, a luta pela relação igualitária dos gêneros, ausência de papéis parentais pré-estabelecidos, inserção da mulher no mercado de trabalho e capitalismo crescente. Porém mesmo com esses resultados identifica-se, na sociedade, um forte ideário burguês de família ideal como família nuclear, este pensamento é um ranço do movimento higienista que se formou no Brasil no século XIX. As famílias brasileiras ainda vivem a sombra da família nuclear, como por exemplo, em casos de famílias monoparentais chefiadas por mulheres percebe-se, muitas vezes, que a figura paterna continua tendo seu espaço assegurado dentro da família no que diz respeito ao papel de provedor econômico de seus filhos. A ideia que se tem é que a família nuclear é sinônimo de saúde e bem estar para seus membros, porém essa pesquisa pode mostrar que não necessariamente a organização de família nuclear é de toda satisfatória e que é necessário desvincular a ideia de família nuclear da ideai de saúde e bem estar de seus membros. De forma geral a família que proporciona bem estar, saúde emocional, segurança física e psicológica foi vista em quase todas as formas de configuração familiar emergentes na pós-modernidade desde que a relação pessoal de seus membros seguisse alguns critérios que permitisse a disseminação do respeito e companheirismo reciproco.