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Da Construção Histórica do Conceito de Inteligência: Considerações para a Educação Básica
Fernanda Santos de Castro, Sonia Mari Shima Barroco

Última alteração: 2012-07-25

Resumo


A Psicologia vem sendo requisitada, para que ofereça subsídeos, frente a demanda da escola em compreender o seu alunado. Esse entendimento, não raramente, refere-se à possibilidade de mensurar sua inteligência, o que se justifica ante a necessidade de responder aos problemas de aprendizagem. Nesse sentido, a Psicologia tem sido criticada pela naturalização do fracasso escolar. Entende-se, a partir do Método Materialista Histórico Dialético, utilizado como abordagem teórico-metodológica nesta pesquisa que no intento de contribuir com a Educação Básica, e de ir na contramão do entendimento de que o desempenho de um aluno em uma atividade de avaliação seja mero resultado do que a natureza biológica lhe dotou ou daquilo que o ambiente imediato lhe oportunizou, tem-se por essencial que se investiguem e que se divulguem os conceitos fundantes da ciência psicológica. Dessa forma, a pesquisa bibliográfico-conceitual que resultou neste texto objetivou apreender as concepções da Psicometria sobre a inteligência, presentes na obra de Alfred Binet (1857-1911), um dos primeiros elaboradores do conceito de inteligência. Para tanto, foram discutidos brevemente sobre as transformações do conceito de deficiência intelectual ao longo da história, a fim de se compreender a concepção de determinado período histórico sobre esse conceito, uma vez que este se configurou como conceito originário para a construção da noção de inteligência. A metodologia envolveu a eleição de fontes primárias e de publicações de autores tidos como clássicos da Psicologia e da Educação, e como fontes secundárias os seus intérpretes. Após um levantamento das obras de autores sobre a temática da inteligência, contando-se, sobretudo, com a internet e com consultas as bases de indexação, levantou-se um acervo que foi selecionado e estudado. Compreendeu-se que Binet entende a inteligência como inata, passível de ser mensurada e como um feixe, possuidora de outras faculdades intelectuais, sendo o julgamento a mais importante. Concluiu-se que Binet escreveu dentro de um momento de consolidação da vida sob o modo capitalista industrializado e numa dinâmica de organização monopolista. Isso significa um modo de existência que toma homens e seus produtos em constante avaliação comparativa, e em decorrente classificação, sob uma severa lógica concorrencial. Por seus entendimentos, a inteligência já possuia um curso de desenvolvimento, dado pela herança genética. Pelo que indicam, se ela é um feixe de todas as outras funções psicológicas, então todas estas já apresentariam da mesma forma um curso de desenvolvimento pré-estabelecido, concepções que corroboram com as críticas atuais que vem sendo direcionadas à Psicologia, o que justifica o estudo da construção histórica de práticas, que ao serem orientadas por valores que não são revistos, passam a assumir formas de verdades.


Palavras-chave


Inteligência; Alfred Binet; Escola Pública.

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