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RESISTÊNCIA E CRIAÇÃO PARA ALÉM DA SEXUALIDADE NA MÍDIA: SUBJETIVIDADES DANÇANTES EM UMA EXPERIÊNCIA COMUNITÁRIA.
Alejandra Astrid León Cedeño

Última alteração: 2012-08-02

Resumo


No âmbito da música, os grandes empresários da indústria cultural, bem como as pessoas que integram toda a complexa rede que a constitui, tendem a privilegiar a transmissão massiva de sons repetitivos e pouco criativos, bem como letras ora banais e simplórias, ora explicita e descarnadamente sexualizadas. Estas letras e músicas, veiculadas até o cansaço nas periferias brasileiras (mas não só nelas), passam a formar parte do cotidiano das crianças. Estilos como o sertanejo e o funk são cotidianamente escutados por elas, apesar de que as mensagens das mesmas, a princípio, não são dirigidas ao público infantil.  

Na última década, é de destaque a transmissão e disseminação massiva da música e os bailes "funk", extremamente sexualizados, que estão presentes na periferia de boa parte do Brasil. Estes propiciam transas ou quase transas coletivas e influenciam na aceleração da sexualização de crianças e adolescentes, provavelmente sem maturidade a respeito do que estão fazendo. Além disso, as letras de diversas canções fazem referência explícita à violência contra a mulher e a colocam como objeto sexual, o que ultimamente vem acontecendo nos mais diversos gêneros musicais transmitidos em massa. Diversas músicas desse estilo que são cantadas por mulheres também fazem referência explícita e detalhada ao ato sexual.

Em Londrina, bem como em outras partes do país, encontramos também a relação com das crianças e adolescentes com os gêneros musicais veiculados massivamente, como por exemplo o funk e o sertanejo, nas suas vertentes eróticas e sexuais. Deparamo-nos em diversas ocasiões com estes gêneros em uma experiência de trabalho coletivo em uma associação cultural de bairro. E pensamos que essa situação seria passível de ser pensada à luz do que se propõe o projeto de pesquisa "Mídia e sexualidade: implicações na subjetividade contemporânea", da Universidade Estadual de Londrina. Tal projeto de pesquisa visa produzir uma análise sobre as transformações pelas quais passam as sociedades hoje, sob efeito do aparato tecnológico dos meios de comunicação de massa. O estudo busca colocar em evidência o alcance que os referidos meios possuem nos processos de subjetivação, ou seja, na constituição do psiquismo, esperando-se estabelecer relações entre os efeitos produzidos pela mídia na subjetividade e o exercício da sexualidade nas sociedades contemporâneas.


Palavras-chave


mídias comunitárias; psicologia social; subjetividades rebeldes

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