Última alteração: 2012-07-25
Resumo
Há uma grande rivalidade entre o oralismo e o bilinguismo, no processo de educação dos surdos. Contudo, parece que a lacuna para se chegar a um consenso está diminuindo, a favor do bilinguismo. Pois, negar a língua de sinais e a identidade surda, inerente à tradição oralista, é impor ao surdo o modelo ouvinte, que tem gerado problemas no processo educacional, até mesmo na inclusão escolar (Machado, 2008). Alguns autores, como Barros (2009) e Machado (2008), advertem que o processo de inclusão é uma forma de tentar inserir as pessoas excluídas da escola, no processo educacional brasileiro. Mas, é preciso cautela, porque essa inclusão tem que ser feita de modo que possa realmente incluir uma pessoa surda na comunidade ouvinte. Haja vista que, segundo esses autores, os alunos, muitas vezes, têm que se adequar a escola e não o oposto, que seria o esperado. Machado (2008) traz exemplos de processos de inclusão que não deram certo na prática, pois os interesses dos surdos não estavam contemplados nas propostas educacionais, dessa forma, mesmo que o surdo esteja numa sala de ouvintes, ele não está integrado linguisticamente. Por isso, é preciso olhar com atenção o processo de inclusão escolar, senão a proposta de aproximar o surdo das pessoas normais pode dificultar o trabalho do professor e acarretar fracassos escolares. Para isso é fundamental a preparação das escolas para educar uma pessoa surda, como professores que saibam a língua de sinais, e facilitar a acessibilidade desses à vida social, uma vez que, a inclusão não deve ocorrer somente nas escolas, mas, fora dela também. Portanto, uma coisa é certa, os profissionais da educação precisam repensar os modos e formas de postura e valores nas práticas educacionais de pessoas surdas, pois, não se pode tirar deles o direito ao uso da língua de sinais.